Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo

É preciso restaurar o Copan. É preciso bom senso na cidade de São Paulo.

A coluna de autoria do articulista Marcos Augusto Gonçalves publicada no jornal Folha de São Paulo no dia 21/01 complementa a matéria do dia 16/01 do mesmo jornal intitulada Sem publicidade, prédios históricos de SP arcam com reformas. Em ambos os textos, ressalta-se a necessidade de restauro e conservação de prédios de valor histórico situados no centro da cidade de São Paulo. Experiências e práticas no exterior são citadas como exemplos a serem seguidos, sobretudo com relação à exibição de publicidade como forma de custeio das obras públicas e privadas.

O caso de São Paulo, entretanto, possui uma particularidade que o articulista Marcos Augusto talvez desconheça: ao conclamar agências e empresas de publicidade para custearem as obras de restauro do Copan, símbolo inequívoco de São Paulo, e ainda ao mencionar a “autorização” da Prefeitura para a exibição de patrocínios, é preciso lembrar que com a lei denominada “Cidade Limpa” (esta sim uma peça de marketing), as empresas exibidoras de publicidade sofreram enorme impacto que acarretou o fechamento de muitas delas. Quanto às agências de publicidade, os profissionais denominados “mídias”, responsáveis pelos contatos entre empresas exibidoras e anunciantes, tiveram suas funções praticamente extintas.

Além disso, como em qualquer atividade econômica, existe uma conta a ser fechada: obras de restauro são em geral mais caras que obras comuns e como se vê nas experiências de Barcelona, citadas no texto, a relação entre a área da publicidade e a área da obra não é aquela “autorizada” pela Prefeitura. O que a Prefeitura autoriza é tão somente  a colocação dos logotipos dos patrocinadores, o que é muito diferente de um anúncio publicitário.

Medidas como estas devem ser estudadas previamente sob todos os aspectos, inclusive o da viabilidade econômica. Para isso, é fundamental a participação de todos os agentes envolvidos: proprietários, empresas, agências e poder público.

O SEPEX-SP – Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo defende o debate amplo e conjunto das questões relativas à publicidade, para que soluções de consenso sejam encontradas para melhoria da paisagem urbana. A questão dos prédios históricos merece atenção especial, pois se trata da memória e cultura paulistanas. É preciso restaurar os prédios históricos, mas também é preciso que haja bom senso nas decisões.

João Alves da Silva

Presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo – SEPEX-SP

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