Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo

Rio tem avanço abaixo do esperado

Muitas vezes alvo de uma espécie de “caça às bruxas”, o mercado de mídia exterior vem atravessando bem muitas das mudanças realizadas no país e consolidando sua posição, mas com muitos ajustes. No Rio de Janeiro, cidade considerada  “a bola da vez”, o meio teve um crescimento aquém do esperado , segundo Teresinha Moraes Abreu, presidente do Sepex (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior ) do Estado do Rio de Janeiro e diretora da Fenapex (Federação Nacional das Empresas de Publicidade Exterior). Neste segundo semestre, espera-se algum crescimento, especialmente nos últimos três meses do ano.

Ano passado, com um ensaio de Cidade Limpa realizado pelo prefeito Eduardo Paes, outdoors, painéis, empenas e lonas foram retirados – e isso contribui negativamente, segundo Teresinha, para a performance dessas áreas.  A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro fez dois decretos restringindo alguns formatos de mídias em algumas áreas específicas da cidade. O Sepex-RJ recorreu: logrou êxito no primeiro recurso, sendo que o segundo ainda está em andamento.

Em um primeiro momento, as empresas exibidoras tiveram prejuízos devido à limitação de exibição de publicidade em áreas nobres da cidade. Aos poucos, o mercado vai se readequando.

Teresinha não enxerga crise no segmento. Este ano o sindicato abriu um canal de negociações com a Prefeitura do Rio de Janeiro. “Nossa intenção não é colidir e sim dialogar. Estamos estudando junto com a prefeitura um novo formato, uma reorganização da mídia exterior na cidade, de modo que as peças sejam inseridas na paisagem urbana de forma criteriosa para ter menos peças mais valorizadas. Nosso lema é: menos é mais”, diz ela.

Segundo ela, nos próximos anos haverá um redesenho da cidade do Rio de Janeiro, fruto de intervenções urbanas profundas, e a mídia exterior estará presente com novos formatos.

“Acredito em um novo redirecionamento desta mídia no Rio de Janeiro. A nossa federação está fazendo um trabalho pioneiro, que será apresentado ao mercado nos próximos meses, sobre a padronização de todos os formatos de mídia exterior existentes no Brasil. Este trabalho desvendará o grande mistério que, aparentemente, existe dentro das agências de publicidade em torno da complexidade de programar a mídia exterior. São muitas as oportunidades”, destaca Teresinha.

MINAS

Em Belo Horizonte, o mercado se ajustou após uma drástica redução da quantidade de instalações pela cidade, fruto da mudança de legislação ocorrida há dois anos, e passa por fase de expansão da atividade. Foram retirados aproximadamente 80% das instalações (entre empenas, outdoor e painéis) da cidade.

“Entendo que neste momento o mercado amadureceu e assimilou bem a nova lei. Esperamos um bom segundo semestre com crescimento de vendas, que historicamente são sempre melhores que no primeiro semestre. Em relação ao mesmo período de 2012, tudo leva a crer que haverá crescimento, mas o grande problema desta comparação é que no ano passado, vivíamos ainda um processo de consolidação da nova legislação, portanto não podemos fazer correlações, nem tirar conclusões absolutas”, diz Claudio Valadares, presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de Minas Gerais.

Segundo ele, o outdoor voltou a se consolidar e o busdoor também cresce. O segmento de mobiliário urbano passa por uma transição, pois os abrigos de ônibus tiveram a concessão cassada e a licitação dos relógios, que já ocorreu, está em litígio, sem prazo para o veredito. Valadares destaca o crescimento da mídia em bancas de jornal e dos painéis em LED de alta resolução – atualmente há mais de 20 desses painéis, de 27 metros quadrados, na cidade.

O executivo conta que a mídia exterior sofreu com as manifestações, principalmente quando vândalos infiltrados nos movimentos depredaram peças durante as passeatas. Mas ele relata que as ações der manutenção foram muito rápidas, evitando a sensação de abandono nas ruas.

BAHIA

Na Bahia, a performance da mídia exterior acompanhou um cenário de retração no comércio, indústria e serviços. “No geral, 2013 foi de retração para a maioria e de pouco crescimento para alguns players”, destaca Bruno Guimarães, presidente do Sepex da Bahia. Segundo ele, a expectativa é de que a segunda metade do ano equilibre melhor o resultado do exercício de 2013 – porque historicamente o último trimestre é o das mais altas demandas. “Não gosto muito dessa palavra ‘crise’, mas não há como negar que estamos experimentando um momento economicamente delicado e de muita análise do que pode vir pela frente”, observa.

Ele diz que junho foi um dos piores meses dos últimos anos para a maioria dos mercados que fazem parte da cadeia produtiva do país, com a exceção de alguns negócios ligados ao turismo/entretenimento. As manifestações – que geraram paralisações no país – contribuem para o cenário pouco animador. “O futuro está cada dia mais incerto no atual cenário da economia global. O que temos de concreto foi um período difícil na primeira metade do ano. Vamos trabalhar para tentar reverter este quadro”, conclui Guimarães.

Fonte: Jornal Propaganda e Marketing

Matéria de Claudia Penteado

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